quinta-feira, 5 de março de 2009

Vamos teclar?!

Os sites de relacionamento cada vez mais viciam as pessoas ao acesso permanente, diário. Uma cólera de solidão que invade o mundo. Isso não é ruim, ou é?
Acredito que eles, os sites, tenham funções extraordinárias, por exemplo, aproximar os amigos, familiares que estão distantes, ou até mesmo identificar novos amigos, por que não?! Mas é a substituição que me aflige. Vejo simpatia nos recados, sorrisos traduzidos em caretas ou emotions, mas na vida real parece que tudo tem se perdido e o mundo dá um passo para frente e dois para trás no que diz respeito a maneira de viver os sentimentos.
O bom dia, boa noite, não traduz simpatia, mas a obrigação em cumprimentar. O elogio livre de interesses, esse, está cada vez mais escasso, e a confiança, bem, essa tem sofrido grandes rachaduras. Na ausência de vínculos respeitosos e sinceros buscamos em seres desconhecidos, pilares para solidificar a amizade virtual, afinal, nela você exibe sua sensibilidade sem que soe como fraqueza, você é perfeito pelo o que és ou finge ser, você pode atuar no personagem que desejar.
O mundo real exige mais, ele pede verdade, o força a se conhecer, enxergar seus defeitos e os dos outros. Essa realidade exibe tua impaciência e pede respeito à diversidade, as diferenças. Esse realismo também te individualiza diante da intolerância. Nele, as palavras são como flechas lançadas, que jamais retornam sozinhas, portanto, é preciso sempre refletir, corrigir, pedir desculpas e desculpar, só assim você poderá lançá-la novamente, para outro rumo.
Então, viva aos sites de relacionamentos? É, talvez eles tenham suas parcelas de contribuição nos índices de suicídio, afinal, depois de tantas pragas, doenças antes incuráveis, outras ainda misteriosas para a ciência, o mal do século é a individualidade, essa que gera a depressão. Mas não troquemos os cliques pelo sorriso, toque, cheiro, carinho, afeto de quem está ao lado. A racionalidade nos permite viver em sociedade, e se não o sabemos, perdemos para os bichos, que mesmo irracionais, possuem regras e delimitações que impõem respeito, direciona o seu ciclo de vida. Deposito ainda esperança em acreditar que o respeito com o próximo, aquele em você o preza, mas também se preza, é o primeiro passo para uma vida mais harmoniosa.
(Texto: A.Z / Foto: Net)