Corro em palavras aceleradas, esvoaçadas ao dia... não me pertencem.
Ouço... o silêncio, meu fiel companheiro, ao qual compartilho o doce e amargo... meu.
Ele está nas canções cheias de lembranças, nas paisagens que meus olhos observam com a cumplicidade e desejo em dividir.
Está nas banalidades que meus lábios sussurram no anseio de serem ouvidos.
Na dores, que ele se quer permite comentar, nas alegrias em que rege a sinfonia.
Mesmo sendo ensurdecedor, peço que ele fique um pouco mais, onde minha alma se embrulha, friorenta, solitária.
Suplico que permaneça para me acalantar, sem pressa, todas as noites, me coloque para ninar.
Imploro que em suas melodias, ele reconstrua um novo voar.
(Texto: A.Z)