sábado, 28 de junho de 2008

Procura-se!

Busco um sorriso,
daqueles que também te faz sorrir,
que exala um brilho no olhar,
que até faz chorar.

Um sorriso amigo,
sem pretensões em dizer,
apenas um sorriso,
sem nada querer.

Daqueles que você não esquece,
mesmo quando as lembranças de um rosto desaparecem.
Um sorriso verdadeiro,
sincero, leal e companheiro.

*Para quem reconhece o valor de um sorriso.
(Andréa Zílio - Foto: Antonio Carreteiro/Olhares.com)

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Além!

Uma ávida capacidade de ternura
em uma voz íntima que ecoa.
Inerte diante do infinito,
em um sentimento plácido que
brota do desejo mais íntimo.
Intríseca como o botão de uma flor,
que brilha diante do sol que se põe.

Uma inquietude desnecessária
diante da energia exalada em um sorriso.
A busca por olhares desmemoriados nesta
caminhada dentro do labirinto.
Uma recusa em ser além,
quando seu olhar é sempre além.
Lhe fazendo ganhar todos os gracejos da corte,
em que plebeus, vassalos e reis
se igualam diante de seu nobre olhar.


*Para Dandan (Foto Paulo Penicheiro/Olhares.com)

De Vinícius de Moraes para os amigos de Andréa Zílio

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor,
que tivessem morrido todos os meus amores,
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos
e o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida...

...Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro,
embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção
de como me são necessários,de como são indispensáveis
ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu,
tremulamente, construí,e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida...

...Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos,
cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer ...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa
da vida não me permite ter sempre ao meu lado,morando comigo, andando comigo,
falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente,
os que só desconfiam - ou talvez nunca vão saber -que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.

(Vinícius de Moraes)

Chama

Os raios do sol se infiltram pelo vidro da janela,
pedindo passagem e anunciado um novo dia.
Essa intrísica vontade viver,
que emana energia em sorrisos e lágrimas,
mantêm dentro do peito a voracidade e a chama acesa.
(Andréa Zílio)

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Eu!

Escrevo porque minha alma pede. Não sou Drummond, nem Pessoa, mas me faço autora de linhas que traduzem sentimentos meus e alheios, em um universo paralelo, arquitetato por experiências e aprendizados.
Não busco a complexidade de Cabral de Melo Neto, nem tão pouco a simplicidade anunciada pelo mestre Jobim. Apenas escrevo, linhas minhas, suas, que conduzem uma linear temporalidade e se perpetua em frases que falam de amor, dor, angústia, alegria. Sentimento.
Me aqueço da delicadeza alheia, reconstruo diante do sabor perfeito, das letras fragmentadas e pronunciadas, das palavras mal ditas, da brincadeira de unir pensamento, do prazer de saber expresar.
(Andréa Zílio)

Empresto Cecília Meireles:

"Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste: sou poeta."

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Fragmentos!

Escrever sobre um afago,
traz poesias para você!
Alegria de um mundo
que possui o brilho de um sol
e mostra realmente as cores da vida.
Pássaros da vida viajam sobre a existência
de ser ou não ser, do querer e não poder.
Um sonho que aporta o soneto da felicidade
relata escuridão e desejo;
e com um bom som de jazz,
rasuras demonstram marionetes de um espetáculo só,
onde o sonho se torna um isolamento
e navegar sempre será preciso.

*A arte que se replica. Priscilla reuniu os títulos de minhas postagens e fez sua criação. Muito bom!

terça-feira, 17 de junho de 2008

Escrever!

...
é um alimento e consumo
pra tua alma irrequieta
que sempre busca além...

(Maracimoni para Andréa)

Alegria!

Tiro o meu chapéu e te vejo passar,
mas logo te sigo sem te deixar voar,
só aceito que viaje se contigo me levar,
afinal, aqui também é meu lugar.

Encontro no sorriso tua forma mais bela,
quero de ti mais que uma noitada,
serelepe aventureira é você que me guia,
filha do mundo, teu reino é alegria.

(Andréa Zílio - Foto Diego Pintro)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Afago!


Sente o meu pensamento no ar,
algo que se desprende do meu olhar,
e percorre milhares de milhas marítimas e terrestres
até te tocar a face, o rosto sublime,
e abraçar... e consolar.
A palavra é melodia aos ouvidos,
o toque é confortante carinho,
O olhar afaga a dor e brinda a alegria
de um coração que se refaz em lembranças.

*Ao amor maior de minha vida, minha mãe, Carmem.

(Andréa Zílio - Foto Online Photographers)

Poesia para você!

Os dentes rangendo se trituram,
mordendo a carne imaginaria do desejo,
com as unhas cravadas na fronha,
adormecendo a dor do prazer,
derramando gotas de sangue
e suor nas curvas da pele retesada e nua e,
se convertem insólitas nos póros,
nas grutas e se convergem sólidas no útero
dos sentidos com a esperança de não ter paz até o
merecido e eterno descanso dos insensatos de insano querer.

*Poesia que um talento da escrita, Aluísio, me deu em 26 de maio de 2004)

O brilho de um Sol!


A entrega a vida,
o gozo dos momentos,
a exposição ao sol,
a nobreza diante do luar.

A criança adulta em uma vida que passa e fica,
que aporta e sai mundo a fora.
Passa silenciosamente e anuncia a todos sua graça.

Asas suprimidas na tristeza,
mas capazes de abraçar o mundo.
Sabedoria em compartilhar alegria,
com a capacidade de embriagar multidões.

Um ser solene, de alma generosa,
que não teme a voracidade do amor,
e desperta a cada grande descoberta,
vivendo um drama shakepeareano
com a sutileza de um belo conto de fadas.

*Para a amiga que sempre gerou raios de luz e alegria em minha vida, Sol)

(Andréa Zílio - Foto Percivaldo Rossato/Olhares.com)

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Cores da Vida


Do 'negro' sentimento que aprisiona o coração,
busca no vermelho da paixão uma nova brisa para acariciar seu rosto.
E o azul do céu, do mar, reforça o valor da existência.

O embalo dessa espuma branca que enfeita as águas da cachoeira, faz o reflexo verde da floresta se envaidecer e demanchar-se nas águas, brindadas pelos raios amarelos do sol.
É nessa paisagem de cores que encontra o real sabor da VIDA!

(Andréa Zílio - Foto Jorge N. Alves/Olhares.com)

Pássaro da vida!


Serelepe mundo a fora
com a voracidade pelo novo, o desconhecido.
Filha da aventura, do desejo, do querer,
dona de asas que não temem voar.

Sabedora do tempo,
conhecedora da distância,
apaixonada pela teimosia,
e espelha sabedoria.

Sutileza de um entardecer,
vivaz como um amanhecer,
a espera de mais viagens,
na vivacidade de quem sabe querer... e ter!

*Para Bruna Adelaide, minha eterna Bruninha

(Andréa Zílio - Foto Cris Mena/Olhares.com)




terça-feira, 10 de junho de 2008

Existência


A gota de orvalho que anuncia outro amanhecer,
resplandece um novo semblante diante da insanidade;
Nostalgia que chegou ao entardecer,
agora se esvaíra com a mesma intromissão do raio de luz que ilumina seu rosto.


Alma de coração pulsante que encontra a cada raiar do dia
o sentido da existência humana;
Às vezes praguejada pelo vento, se embala na dor e sofrimento
Mas renova o ser, bebendo da fonte maior... a VIDA!



(Andréa Zílio - Foto Pedro N. S. Costa/Olhares.com)


Andréa,
minha "Simplesmente Amiga":

Você afagou meu coração e aconchegou minha alma nesses versos tão serenos, que emanam a candura da sua doce energia. Puxa, o que te dizer diante deste presente maravilhoso: poesia, pôr-do-sol no Amazonas! O coração não aguenta!
E que maravilhosa descoberta ver minha amiga baby/mais nova, a nossa menina elétrica e sonhadora, desabrochar para a poesia! Nao tem como a amiga mais velha/básica, nao sentir orgulho de mãe.
Nossa amizade não tem adeus. Terá, sim, sempre: reencontros, risos,sonhos partilhados, esperanças divididas, causas em comum, amor...
Queria uma palavra com gosto de abraço. Por isso te ofereço a palavra mais completa para mim: afeto, porque descreve tudo que sinto por vc, minha doce amiga/guerreira do Rio Amazonas...

Da simplesmente amiga,
Maracimoni

(Foto: O novo amigo Carlos, o eterno amigo Elson Martins, a "simplesmente amiga" Maracimoni e a despojada amiga Daniele).

Soneto da Felicidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vive-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento,

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure...

(Vinícios de Morais)

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Escuridão


Às vezes a dor parece temer a luz do dia
e a escuridão insiste em não ter fim
O pedido de súplica aumenta no anseio da voz que grita por liberdade
e dispara sem rumo, sentido ou voracidade

O corpo trêmulo padece na angústia
de quem está solitário na multidão
A voz rouca de tanto gritar
O coração dilacerado em almejar

Uma palavra sem pontuação
Uma frase inacabada
Uma estrofe sem rima
Um poema despedaçado
Um ponto sem final

(Andréa Zílio - Foto Felipe Santos)

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Desejo

Na sombra a luz perfeita,
um brilho sutil que impera.
A ousadia diante da timidez que amendrotava
os desejos, agora espanta os fantasmas.

Também há voracidade no brilho dos olhos que,
perdidos, viajavam por lugares sem um norte.
Eles quebram o gelo devagar... trazem o novo.
Viajam nessa jornada que deixa de ser como uma simples cavalgada.
Cada movimento revela o prazer que sacia o desejo!

(Andréa Zílio)

Simplesmente amizade!


Gesto que afaga,
olhar que remete confiança,
abraço que ampara,
palavra que conforta.

Saber transmitido,
histórias relembradas,
gargalhadas compartilhadas,
lágrimas expressadas.

Esperança dividida,
descobertas anunciadas,
um adeus que sempre volta,
reencontro, sonho, realiadade...AMIZADE!

Para a amiga que parte sem dizer adeus - Maracimoni

(Andréa Zílio - Foto Fellipe Awi)




terça-feira, 3 de junho de 2008

Um sonho que aporta


No horizonte,
do outro lado da linha,
uma rotina.
Vidas em um ritmo amazônico,
embaladas por sonhos que saem e nunca aportam.
Sem grandes pretensões,
no ramal Icuriam
viver é o objetivo que rege todos os desafios.
(Andréa Zílio - Foto: Sérgio Vale)