segunda-feira, 1 de junho de 2009

Um poema, um soneto!

Quero apenas um poema, assim, meu, abafado, sufocado, libertador. Um poema para meus olhos, e diante de outros olhos que seja difícil de ler, entender. Palavras secas, bravas, desalinhadas.

Quero verbos malcriados, adjetivos desorganizados, um poema para ninguém comentar, versos que só eu saiba falar, quero portas fechadas, muros bem altos, mares bravos, pororoca furiosa.

Palavras egoístas que só pertençam ao meu viver, versos apoiados em lágrimas caídas, sorrisos espalhados, gargalhadas relembradas. Um mistério a surpreender.

Quero desafios a vencer, pois só assim o meu poema terá significado. E no ponto final, enfim... ele deixa de me pertencer!
(A.Z / Foto: Gonzales-Olhares)