Na dor encontro a cumplicidade que
despertava em momentos mágicos,
onde nossos laços se evidenciavam.
Tua figura ousada e desafiadora diante
de um mundo sem compreensão.
A generosidade de alguém que
não tinha nada e oferecia tudo.
A alegria de um pássaro de canto sereno,
que sabia esbravejar e defender seu ninho.
Um pássaro que tentou durante
toda a sua vida aprender a voar.
Você não deixa seus erros, afinal, todos os comentem.
Em nossas lembranças deixa teu sorriso,
tuas brincadeiras, tua risada mais gostosa,
esse teu jeito de achar que a vida pode ser maravilhosa.
Jamais esquecerei do dia em que junto a nossa mãe,
te embalei nas águas do rio Amazonas
para te levar até o nosso berço,
O lugar onde ensaiastes teus primeiros vôos,
para onde sempre retornava depois de cada aventura.
Onde ensinastes o doce sabor de uma gargalhada,
destas que sempre destes,
aparentemente por banalidades.
Afinal, soubestes encontrar na simplicidade
do dia-a-dia o sentido da felicidade.
Uso de tua brincadeira de adolescente em dar a cada letra
de um nome a tradução não só de teus olhos, mas de teu coração,
que conseguiam com generosidade expressar o que as pessoas
representavam em tua vida.
Mas, sem tua maestria, apenas
traduzo em meus pensamentos
as palavras: alegre, intensa, amável, generosa,
afável, companheira e brincalhona.
*Minha amada irmã Ana Carla
(Andréa Zílio - Foto: Carmem Rosa)