segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Cores!

Fico entre o preto e branco e vermelho,
razão e emoção que se completam e fazem dessas cores um eterno crepúsculo.
Desejos desgarrados, renovados...
Busco no mar a mais pura tranquilidade,
na aventura de encontrar no escalar de uma cachoeira, o solo firme.
Não existe certeza quando nada é real?
Esse penduricalho há de cair, desfacelado, atormentado.
Em minha exaustão, a imensidão, e no titubear da dor sempre encontro o amor.
(A.Z / Foto: Karina Bertoncini.O)

Alma inquieta

Doce inveja do "normal", 
do sair e chegar em casa com a mesma tranquilidade,
do fim de semana acomodado. 
Essa alma inquieta que não me deixa sossegar, vontade de descobrir o mundo nas páginas de um livro, em uma viagem, em uma história.
Desbravar cada minuto como se fosse o último, fazer, ouvir, falar, fazer.
Escalar mais montanhas, descer cachoeiras, tomar banho de rio, pular as ondas do mar em vários litorais, conhecer mais da cultura do Brasil, do mundo, visitar museus, conversar com mais gente, dançar ritmos desconhecidos, comer comidas jamais vistas.
Estar enganjado em projetos mirabolantes, de pequenos resultados, mas grandes feitos.
Apreciar diversos cenários, chorar diante da dor do mundo, brincar por mais vezes, sorrir por causa de um simples olhar de quem nunca vi antes, aprender a falar mais idiomas, ver o mundo em outras cores. Navegar, voar, andar...
(A.Z / Foto: Nuno Manuel.Olhares)

Luz!

Um estalo...
mais do que podia, menos do que sonhava.
A luz negra se desfacela, se expande no espaço,
os vagalumes saem atordoados, baratinados, sem rumo.
Uma estrela se perde, e o ar já não passa,
a palavra silenciada, a dor esquecida, a emoção vivida.
Os fogos se espalham no céu, e o perdido andante pensa
ter encontrado seu ninho, mas quando chega próximo, uma faísca
o queima e só então percebe que ali não é seu berço.
Depois de muitas voltas, a tragédia grega sai do palco,
e em um cenário tranquilo ele espera a noite cair,
então, na escurdião percebe o brilho de várias estrelas,
se aproxima delas e todas o saudam como se o conhecessem.
Conhecem, não são estrelas, são vagalumes, e o medo se perde,
pois agora sabe que em cada luz existe um caminho.
(A.Z)