segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Cores!

Fico entre o preto e branco e vermelho,
razão e emoção que se completam e fazem dessas cores um eterno crepúsculo.
Desejos desgarrados, renovados...
Busco no mar a mais pura tranquilidade,
na aventura de encontrar no escalar de uma cachoeira, o solo firme.
Não existe certeza quando nada é real?
Esse penduricalho há de cair, desfacelado, atormentado.
Em minha exaustão, a imensidão, e no titubear da dor sempre encontro o amor.
(A.Z / Foto: Karina Bertoncini.O)

Alma inquieta

Doce inveja do "normal", 
do sair e chegar em casa com a mesma tranquilidade,
do fim de semana acomodado. 
Essa alma inquieta que não me deixa sossegar, vontade de descobrir o mundo nas páginas de um livro, em uma viagem, em uma história.
Desbravar cada minuto como se fosse o último, fazer, ouvir, falar, fazer.
Escalar mais montanhas, descer cachoeiras, tomar banho de rio, pular as ondas do mar em vários litorais, conhecer mais da cultura do Brasil, do mundo, visitar museus, conversar com mais gente, dançar ritmos desconhecidos, comer comidas jamais vistas.
Estar enganjado em projetos mirabolantes, de pequenos resultados, mas grandes feitos.
Apreciar diversos cenários, chorar diante da dor do mundo, brincar por mais vezes, sorrir por causa de um simples olhar de quem nunca vi antes, aprender a falar mais idiomas, ver o mundo em outras cores. Navegar, voar, andar...
(A.Z / Foto: Nuno Manuel.Olhares)

Luz!

Um estalo...
mais do que podia, menos do que sonhava.
A luz negra se desfacela, se expande no espaço,
os vagalumes saem atordoados, baratinados, sem rumo.
Uma estrela se perde, e o ar já não passa,
a palavra silenciada, a dor esquecida, a emoção vivida.
Os fogos se espalham no céu, e o perdido andante pensa
ter encontrado seu ninho, mas quando chega próximo, uma faísca
o queima e só então percebe que ali não é seu berço.
Depois de muitas voltas, a tragédia grega sai do palco,
e em um cenário tranquilo ele espera a noite cair,
então, na escurdião percebe o brilho de várias estrelas,
se aproxima delas e todas o saudam como se o conhecessem.
Conhecem, não são estrelas, são vagalumes, e o medo se perde,
pois agora sabe que em cada luz existe um caminho.
(A.Z)

sábado, 27 de dezembro de 2008

Palavras!

O sossesso da alma está na tranquilidade cravada na busca pelas palavras, a famigerada necessidade de percorrer esse imenso caminho, desvendar os mistérios e traduzir cada sensação, emoção.
O tempo acelera a busca pela paciência, mas é aqui, nesse refúgio, que o tempo não pára, e eu me reencontro. 
Minha alma inquieta pede mais do mundo, pede mais de mim, 
a serenidade se perde no acelerar dos passos... eu paro, tudo se renova... estou aqui, novamente, conduzida pelas letras que me dão as respostas incesantes das angústias e alegrias. Corro, mais uma vez!
(A.Z / Foto: Adriane / Olhares)

Sossega...corre!

Plácida noite, sossega esse coração, 
traz junto aos raios do sol a esperança que vai além do tão somente existir.
Sutileza e destreza de peripécias repetidas, renovas o sorriso 
que se empalideceu diante da dor. 
Que a imensidão da pausa não devore os sonhos, apenas os reconstrua, com habilidade e grandiosidade. 
...
E o vento que passeia pela tua face te jogue pra fora da ilusão.
O mundo vai continuar a girar, e na mesma dinâmica, teu corpo recomeçará.
O sossego sem razão, a vida com emoção, a paz que inunda a alma inquieta, 
a tornando ainda mais andante.
*Para Bruninha
(Texto: A.Z / Foto: Ruy Carlos Pinto Afonso / Olhares)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Uma forma de dizer....

Busque uma fresta de luz em qualquer grade que te aprisiona,
aliva o pensamento, torna a vida uma louca sedução,
conquiste todos os dias um sorriso, um olhar diferente, um desejo, tudo em você mesmo e, se puder, no próximo também.
Faça diariamente alguma coisa fora da rotina.
Ouça  mais músicas e se embale nas canções.
Aprecie a arte, ela nos permite iludir a realidade e, melhor, transformá-la.

Se permita errar, só assim também poderá crescer, faça da mudança uma oportunidade de recomeçar.
Mas acima de tudo, respeite seus desejos, anseios, sentimentos e medos, 
com essa atitude diante de sua índole, se boa, também respeitará o outro. 

Faça tudo o que puder hoje, amanhã pode ser tarde, 
mas não queira tudo agora, exagero sempre é ruim,
paciência é um bom exercício,
radicalismo soa como ignorância, 
compreensão é a palavra do momento, 
compaixão é necessária diante de tanta grosseria.
Esbraveje quando necessário, mas saiba gritar e também silenciar, e não esqueça, desculpar.
Afinal, o que é certo e o que é errado diante de nossas diferenças?

Não sei se tudo isso acima é certo, mas sei que são palavras que eu quero ouvir e tentar seguir em 2009, portanto, divido com vocês, amigos, colegas de trabalhos, recentes amigos, conhecidos... pessoas que sempre atribuem significado e importância a minha vida. 
Ótimo Natal, ótima passagem de ano, de muitas perspectivas e realizações. Muita saúde, as outras coisas, corremos atrás. 

*Mensagem enviada à pessoas que estimo
(Texto: A.Z / Foto: Karine Bertoncini)

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

O melhor... é quando acaba!

Quando o amor acaba as risadas se destroem, 
as lembranças corroem, e o sentido fica incoerente.
Ele desfacela, maltrata, amedronta, inibe, 
diz que somos pequenos, andantes, perdidos, sem rumo.
...
E no pequeninar do amor a vida ganha um  espaço de solidão, 
tudo vira uma imensidão, o mar parece não acabar.
A chuva ganha outro sabor, arranca lágrimas e faz amargar.
O livro, a música, o horizonte agora são os companheiros.
...
Com o passar dos dias o que era amor vira indiferença, intransigência,
não dá pra ouvir falar, você quer sumir, desabar. 
Depois os olhos parecem que foram trocados, pois já nã vêem mais como antes, é um novo olhar, um novo amar.
...
Agora chegou sua vez, aquela da renovação, onde você é a sua preocupação,
um momento egoísta? Não! Apenas de reflexão, pois teu bem também depende do coletivo.
Tudo ganha mais cor, a tragédia agora faz rir, as lembranças ganham graça, 
a vida pede outro tom, o som embala novas histórias, rápidas ou não, mas elas fazem a solidão se despedir, pois novas lembranças estão por vir. 
Esse dinamismo emblemático, insinua, sorrir, te mostra que a vida é bem mais que um capítulo. Afinal, você não pára por aqui!
(A.Z)

 

Face...

Desejo que esse aroma penetre tua alma,
sacie teus desejos e mergulhe em teus mais 
profundos sentimentos. 
Desperte em ti as mais deliciosas fantasias, 
renove tuas energias, faça de cada sonho uma meta,
de cada meta uma perspectiva que se tornará realidade.
Que esse espelho possa refletir tua essência, 
teu íntimo, tua face.
(A.Z)


Lar

Cada espaço é um pouco de você,
os cantinhos são testemunhos de teus momentos, 
recordações são feitas em novos tempos,
que logo mais também serão relembrados. 

O lar, o ser, como se desfazer.
Uma incessante busca pela tranquilidade
que não merece raízes além de teu berço. 
Portanto, faça as malas e seja bem vindo em outro lugar. 

(Texto: Andréa Zílio)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Arte e natal!

Há uma brisa leve roçando a face da esperança... 
Feliz Natal e que 2009 chegue trazendo com ele mais beleza, paz e harmonia!
(Vássia Silveira)


*A amiga talentosa, Vássia, me enviou este belo cartão e essas palavras carinhosas. Obrigada!

sábado, 13 de dezembro de 2008

Vermelho!

Em cada sorriso uma história contada,
no olhar um mistério revelado,
no gesto a libertação de uma expressão suprimida,
na brincadeira uma verdade insensata,
no íntimo o desejo.
Te fazes pequena quando és gigante,
brinca serena mas a seriedade é teu ímpeto.
No valor está a humanidade e sua beleza,
nos sonhos a destreza e imensidão.

(Andréa Zílio - Foto: Ezequiel Vieira.Olhares)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Ciranda!

Pega a minha mão,
vem caminhar nesse sonho,
deixa de lado esse chão, 
te embala na ilusão.

Vamos bailar ao som de várias canções
para enganar o coração
e fazer desaparecer a dor
que impede outras emoções.

(Texto: Andréa Zílio / Foto: presente de Camila que achou na internet)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Intensidade

Brinca de menina mas te faz mulher. Charmosa inocência cheia de sedução, 
que sabe alinhar pureza com uma dose de esperteza. 
Tu fazes dos obstáculos tuas conquistas de uma diversão cheia de superação.
Da tarefa uma missão, em que é necessário sempre paixão, tesão. 
Por trás dessa face o romantismo ímpera, dando espaço as doces descobertas do prazer.
E no fim de tudo o sorriso é sempre a ordem do dia,
e a palavra mais praticada do teu vocabulário é viver!

(Texto: Andréa Zílio)

Desejo!

Desejo reencontrar tuas cores e dela um arco-íris criar,
brincar de ser menina, desbravar novas jornadas junto ao teu caminhar.

Ah, o desejo, esse insano sentimento que vira, mexe, pula, solta, vai em frente,
torna o querer mais veloz que o sentir, transformando tudo em um descompasso sem fim.

Sem poder comandar um novo alinhar, me recomponho no sensato sem nada infringir, e o teu querer que me faz acreditar que sempre vale a pena tentar. 

Valeu, descobri mais que risos, bom humor, leveza e liberdade, um pedaço parece que se foi e mandou em seu lugar mais dose de admiração, respeito e lealdade.

*Cor e sabor: morango
(Texto: Andréa Zílio)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Sair!

Sinto o sangue pulsar,
ele impulsina o calor que corre por
todo meu corpo... a vontade é de gritar.
Tudo parece ferver, a consciência desaparecer.

Essa mente que turbilha nesse parque que horas perde a diversão,
me faz parar, respirar, tomar um café, uma água,
ver a tarde que começa a se despedir para dar espaço a noite.
Enfim... mais um dia, ops...
ainda não acabou, até pegar no sono fico pensando no que faltou.

(Texto: Andréa Zílio)


quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Saudade

As lembranças inebriam e parece que tudo aconteceu dias atrás,
renovada minha memória, os traços já consistentes se reformulam.
Fixo um olhar no horizonte, perdido andante...
na expectativa de encontrar na faixa de ilusão uma imagem que esteja além.

Sonhos, expectativas, amores, paixões, realizações.
Ah, coisa miudinha que transborda em um olhar, 
insisto em pequeninar o que parece dor, mas é muito mais... é sabor?
é Saudade...termômetro do que sou!

(Texto: Andréa Zílio)

Póros

Titubiei o conhecimento
aflorei o pensamento
desfalquei o sentimento
assimilei o falecimento.

As idéias se foram,
a memória apagou-se,
as lembranças abandonaram
a verve deste corpo triste.

Me falham as idéias,
me faltam as palavras,
sangram meus póros...
cadê a vida?

(Texto: Andréa Zílio)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Mulheres de minhas leituras

Viajo nestas letras de quem está "Muito longe de casa",
e vejo que nas "memórias de um menino soldado" não houve tempo
para encontrá-las com tanto fervor diante da dor.
Mas continuo, encontro riqueza de detalhes no depoimento dele...
É isso mesmo, não vou esconder, é ele. "Eu, Casanova, confesso".
Afinal, é a mesma riqueza das "Memórias de minhas putas tristes",
tão infinitamente sensuais quanto as encontradas nas
"Casas dos budas ditosos", que só João Ulbado poderia encontrar.
Então vejo que todas estão de alguma forma "Nas mulheres de meu pai",
com todo o jeito e as formas de Agualusa.
Todas com suas caraterísticas, da mais famigerada à mais delicada,
da vulgar à sutil, de gestos que exalam sensualidade, pureza.
E nesse imaginário estou no "Último vôo do flamingo", para então ousar em
desbravar novos caminhos de um imaginário infinito. Eis a leitura!

(Texto: Andréa Zílio / Foto: twowests)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Grito solitário

As estrelas deixaram de brilhar,

a escuridão infiltrou-se no céu azul e branco,

a insanidade tomou conta deste cenário de

uma ilusão de paz... em que a busca por ela

é a própria guerra.

Aquela que mata, leva tudo o que é do povo.

Espanta todos os sentidos, mantendo apenas o medo.

O olhar inocente agora é assustado,

aterrorizado diante de um cenário desfacelado,

em que andar na rua já não é seguro, e é preciso

conviver com as muralhas da dor, tristeza,

incerteza, impureza e morte.



A mão deixou de fazer carinho, e o afago

é gesto de um passado vivo apenas nas lembranças.

O choro não é apenas de dor, mas de desespero,

do mais voraz, intenso e trágico,

em que saciar a fome é a única luta diária

transformada em sonhos que almejam apenas dias que

tenham comida à mesa, tranquilidade no lar, trabalho, dignidade, justiça.

Mas o paraíso parece ter se transformado em inferno,

onde vida e morte andam cada vez mais juntas...

ainda assim, com tanta dor, um grito ecoa mundo afora

e a súplica pelo socorro encontra forças e se faz também em sorrisos.


(Texto: Andréa Zílio - Foto: Alan Tylor/ Congo)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Velejar

Sentir o aportar de um barco sem vela
Velejar em um mar seco de emoções
Emocionar-se em um cenário sem cor
Colorir uma chama que arde em dor

Um espetáculo a colorir
Uma dor a abrandar
Hastear a vela e encontrar o som
Velejar em um mar de sons
Rumo ao encontro das emoções que devolvem o tom.

(Texto: Andréa Zílio / Foto: Garatujando)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O grito

Você sente que está ficando cheio,
o corpo pesa, tudo parece sufocar.
A mente já não equilibra pensamentos,
nos ombros uma cruz parece se alojar.

Parou e tudo continua do mesmo jeito,
então esbraveje, solte aquele grito contido,
mas faça isso somente para você, pois
assim como as palavras ditas,
os gritos ecoados são como uma flecha lançada,
não voltam atrás.

(Texto: Andréa Zílio / Foto: Priscila encontrou em algum lugar)

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Seguir

Admire as estrelas, mas não as queira em suas mãos,
pois elas só podem brilhar no céu.
Fique mais tempo acordado para ver o luar, mas durma o necessário para recarregar as energias e apreciar outras novas noites.
Ao invés de tomar cafezinho na cozinha do trabalho no fim de tarde, vá até a rua, olhe para a tarde que chega, se despeça do sol.
Não tente se esconder da chuva, ao menos uma vez, sacie o desejo que ela tem em te molhar.
Quando sentir-se só, abrace a solidão, ela também é companheira.
E se a saudade chegar, a sacie com as lembranças.
Se alguém ficar zangado com você, não tente se fazer compreender,
explique-se e espere o tempo te mostrar um caminho...
E se não for o que tenhas imaginado, paciência, não dá pra ser
sempre do jeito que você quer, mas saiba que algo de bom
encontrarás nele...afinal, você vive.

(Texto: Andréa Zílio / Foto: Olhares.com)

Verve!

Me desfaço nessa verve lembrança
de uma serena imagem de contentamento.
Um lúcido transbordar do sorriso que
amedronta os pesadelos.

Um descanso à alma livre,
no sabor da vivacidade do momento.
"Sem que um sonho, no erguer de asa,
faça até mais rubra a brasa da lareira!"

*aspas de Fernando Pessoa
(Texto: Andréa Zílio)

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Xodó

Eu chego perto e sentem meu cheiro, o que mostra a lealdade
de criaturas que identificam uma das características da essência de alguém... o cheiro.
Cansada, algumas vezes estressada, basta sentir o toque e força das patas que saltam em meu corpo, para a minha atenção se voltar à vocês.
Os olhos pedintes de carinho são chamados para um momento só nosso.
Vivo nesse xodó, de seres que só me fazem bem, dão trabalho, mas fazem muito bem.

*Meus dois xodó: Ágata, branca como a neve (o nome significa bondosa, ser bom, típico do boxer) e o espivitado poodle Ébano (preto e belo, assim como a árvore africana).

(Texto e foto: Andréa Zílio)

Escrever

É um vício,
daqueles mais fortes e insaciáveis.
É uma rotina,
daquelas mais gostosas e inebriantes.

Como uma gota de orvalho que precisa
do amanhacer para ser tão bela.
Da mesma maneira que o cantor precisa do palco para ecoar sua voz.

Escrever é quando os fatos se tornam verdadeiros
depois de terem sido inventados.
Em cada letra, a história contada, o sentimento expressado
do que se vive, ou apenas vê, mas sobretudo, sente.

(Texto e Foto: Andréa Zílio - RJ)

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Renovação!

Nesse pequeninar de tristeza descobri novos rumos,
experimentei mil sabores que dissolveram em minha boca
como palavras de muita poesia, em um cenário surreal.
Imaginar a realidade diante de tanta beleza é
uma overdose de felicidade.

O sangue pulsa mais forte em minhas veias,
energiza cada ponto deste corpo que abriga minha alma.
Só então percebo que às vezes é preciso ser como a garça,
que em muitos momentos se apóia em apenas uma perna para
não pesar o coração. E então, lança mais um de seus vôos, nobre e belo.

Me ergo em tua beleza, na tua energia e nessa sutileza de teus sonhos.
Me embriago em emoções que proporcionas,
exalando a plenitude do viver, que vai além...
muito além de uma mera existência, implicando em um Ser que faça jus a vida.

(Texto: Andréa Zílio / Foto: Sérgio Vale - RJ)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Dançar!

Ouça,
curva-te diante do som,
refaz o movimento com um novo traquejo
te envolves na melodia mais sutil.

Embalas tuas curvas,
sente a brisa te abraçar,
e assim... sem perceber,
conseguiste te entregar!
(Texto: Andréa Zilio / Foto: Olhares.com)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Olhar!

Olho para trás querendo ver-te recompor esse vermelho seda,
na busca insana da sedução que remonta teu brilho.
Soltas as palavras em uma expressão que me busca.
e meu desejo é saciado apenas com a tua verve artística,
na arte mais lúdica da vida. Outrora, na vida mais realista.

Quando encontro em teus olhos o brilho presente nos meus,
então deixo quieto teu corpo, para que te ouças,
renove teus movimentos que observam a gota do orvalho,
fica aí... o meu cenário.

(Texto: Andréa Zílio)

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Rachadura

Rasgando a cortina, a pronúncia de palavras cortantes
que dilaceram o peito, transfigura a alma.
Sem piedade, essa ingenuidade satirizada
é negra no cenário da dor.

O riso transformado na imcompreensão completa,
triturando lembranças e refazendo cenários sem cor.
Ferida aberta, incerteza, impureza,
ressaltadas no vaso cheio de rachaduras.

(Texto: Andréa Zílio / Foto: Vanessa França - em MG)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Cores e Tons

Na subjetividade um olhar revelado,
No diálogo histórias em comum
A mesma paixão pelas cores do mundo
Cumplicidade em sonhos individuais

O avassalador sentimento que recriou
Construiu formas e novos tons
Fez brotar sorrisos, lágrimas
Despedidas e reencontros

No compartilhar, o sentimento de
Almas livres que escalam sonhos impossíveis.
Na vida, o laço eterno de uma amizade
Cheia de sabor e amor


*Diversidade de cores em uma só árvore e "Miradouro da Lua", Angola, África
Vídeo Senzenina - http://www.youtube.com/watch?v=8NZdFPJ08-g

(Texto: Andréa Zílio/Fotos: Luiz Henrique)

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

História, saber, Ser...

Traços que desenham uma história
reconstituem um passado
reafirmam um presente,
renovam um futuro.

Cores que expressam sabor, dor, alegria,
contentamento, sentimento.
Formas que brincam de saber,
sem querer, sabem...

As lembranças em objetos,
o valor de gerações esquecidas
depositadas na esperança de quem valoriza a vida.

O requinte de histórias de rainhas, reis e plebeus
hoje enraizadas em formas arquitetônicas
apreciadas pelo olhar do povo de um novo tempo.

O minuto que sustenta a eternidade,
a lembrança que reproduz a emoção,
o doar que faz a viagem acontecer,
espalhando a história, o saber, o Ser.

*A bolsa/pasta , artesanato do especial povo da Guiné-Bissau
O caderno, réplica dos cadernos do rei e rainha de Savoia
O cartão do museu Palazzo Madana, Turim, Itália
(uma história cheia de saberes que viaja através dos amigos Mara e Carlos)

(Texto: Andréa Zílio / Foto: Sérgio Vale)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Voz, som, gesto, movimento: reencontro

Na viagem, mais que uma visita, rostos conhecidos,
palavras agraciadas, cumprimentos calorosos.
Ao som da voz a alma foi preenchida por um estado de
frêmito extase, cheio de recordações, emoções.
O rosto lavado por um choro de alegria.
A mente preenchida em doces palavras,
e o corpo embalado no velho ritmo que outrora a encantou.

Momentos de afago em um coração desgarrado,
Passado que se refaz em uma colcha de retalhos de sentimentos,
Presente que se constrói com um novo momento a recordar,
e apenas a certeza de que no futuro essa sentinela nortente
continuará cravejada em seu peito.

Na voz rouca, a proeza do sentimento livre,
E no adeus, o afago e o choro de alegria se repete,
o preenchimento de um vazio construído por lembranças,
Uma sensação suavemente maluca, de uma balada eterna...
deste meu Planeta Amapari.

(Texto: Andréa Zílio)

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Minha casa!

Da flor ao beija -flor,
do batuque do marabaixo ao pop,
da terra amada, minha casa,
à benção de minha mãe.

Ao som de tua voz eu vou...
...vou voltar pra casa,
a pé ou de avião, nem que seja na asa,
basta a imaginação.

E relembrar da canoa
que balança bem devagar.
Afinal, isso são coisas de um coração desgarrado,
que chega como a luz da manhã.

E assim, a minha casa se tece,
mesura na luz do dia,
pra afugentar quebranto
na hora da fantasia.

Aprendo a voar dentro de você,
ancorar no espaço ao sentir cansaço,
Aprendo a ser parte de você,
respeitar a vida, terra minha amada,
minha oca, meu iglu, minha casa.

*Fragmentos de canções de Zé Miguel (à direita), grande amigo, cantor e compositor amapaense, de alma linda.

(Texto: Andréa Zílio por Zé Miguel/Foto: Divulgação)


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Tempo

Ele que te faz correr, dançar,
conhecer, ousar, amar,
te ensina a chorar, levantar,
susurrar, desejar.

Tempo do teu destino,
Aprendiz do teu ser.
Tempo que leva à vida.
e te faz crescer.

(Texto: Andréa Zílio)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Ressoar!

Não dê tantas voltas,
por maior que seja sua recompensa.
A nefasta injúria fragmentada
ressoa como lapsos da verdade.

Lave a lama do corpo,
mas antes se lambuze nela,
é preciso sentir a displicência
em uma ameaça ensaiada.

E nesse caos de palavras
ressoe o sentimento,
aquele mesmo que te o faz chorar,
e hoje é capaz de reanimar.

(Texto: Andréa Zílio / Foto: Nuno Manuel / Olhares)

domingo, 7 de setembro de 2008

Sabores e contrastes!

Desnuda tua alma, te encontras nestas chamas
e sacia tua sede pela vida.
Faz da caricatura mais excêntrica, a serenidade
de uma fonte inesgotável de alegria.
Tua intrínseca inquietude se transformará
em uma luz nesta escuridão.
Uma labareda diante de uma gota d'água,
uma cascata diante de uma fogueira.

Não ressoe nenhum grito de dor,
abrande-a na leveza do ar,
Ecoe as gargalhadas, dê entonação
aos fatos, também crentes como destino.
E nessa matiz sutileza, que se deve sentir o
comum contraste causado por um pôr-do-sol
e uma lua cheia nascendo. Ele existe!
Cada pincelada que expressa um momento
particular e único. A vida!

(Texto: Andréa Zílio / Foto: Paulo Pereira / Olhares. com)

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Janelas

Anoiteceu, e o barulho do silêncio é maior.
Hoje cedo ela sorria, vivia a agilidade do tempo em sua rotina.

Agora encontra em cada janela uma companhia.
Percorre o mundo, vai à África,
ouve Cezária Évora, se
embala no samba das Rainhas,
encontra cor e movimento no Olhares.

A madrugada chega, existe uma rede, a brincadeira começa.
Em cada janela, um semblante familiar, tudo interligado.
As poesias de Pessoa, Drummond, Lispector, Meireles ressoam.
Leitura Livre traz novos talentos, e ela conversa com cada um deles.

Encontra as "Mulheres de Holanda", descobre que é uma delas.
Sorri com as "Crises do Amor"... Realmente é preciso brindar em nome dele.

Palavras, imagens, sons, silêncio.
Um mundo de informações a sua frente,
Um companheiro fiel de uma noite solitária... Mas não de solidão!

(Texto: Andréa Zílio)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Dedicatória...

Para Andréa Zílio, minha amiga do dia-a-dia e de blog. Agradecendo o lindo texto que fizeste em seu blog te dedico 3 coisas, já que não sou boa poeta!-

Uma flor amarela









Um poema de Mário Quintana
Canção do Dia de Sempre
(Mário Quintana)

Tão bom viver dia a dia
a vida assim, jamais cansa
Viver tão só de momentos
como estas nuvens no céu
E só ganhar, toda a vida
inexperiência, esperança

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu
Nunca dês um nome a um rio: sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua, tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
atiro a rosa do sonho nas tuas mãos distraídas…

- Um trecho de Dura na Queda - Chico Buarque

"O sol ensolarará a estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela
O sol, a estrada amarela,
as ondas, as ondas, as ondas ..."
AMO VOCÊ MINHA AMIGA!
(De Claudinha Bartolo para Andréa Zílio)

Saudade que não tem fim!

O peito se preenche de um vazio
recordações se encontram
palavras sussurram...
uma doce lembrança,
uma amarga ausência.

Um fundo de tela que exibe
o que foi vivido, sentido.
A sensação de preenchimento que
deseja evazar, explodir.

Vontade de fechar os olhos...
abrir... estar perto, sentir.
Cenários de cores, sabores,
são sensações de uma só palavra:
Saudade!
(Texto : Andréa Zílio)

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Multicores!

Um caminho sempre cheio de cores,
fantasias, amores.
A permanente transformação,
um dia no casulo,
outro dia bate as asas e sai a voar.
Menina de boas risadas, de energia
incessante no momento de brincar, brindar.
Mulher de muitos sabores, da serenidade
ao ápice da explosão de sentimentos e emoções.

Intensidade é teu nome,
alegria teu sobrenome.
Fazes da vida uma simples transformação,
em que pedras acabam virando flores, de multicores.
Beleza simples, terno ápice de quem sabe viver a vida
da melhor maneira: sorrindo!

*Para a bela e sorridente, Claudinha Bartolo, sempre Cauzinha- "um beijo e me liga!"

(Texto: Andréa Zílio / Foto: Pereira Lopes)

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Alma!


Regressa à velha casa
e te torna um bom lembrador,
Fazes da recordação tua lágrima
torna o vazio uma doce solidão.

Amanhã retornarás com um sorriso ameno,
te afagarás no aconchego da velocidade,
buscarás no ofício tua sina,
de uma jovem alma com a inquietude da liberdade.

(Texto: Andréa Zílio / Foto: Antonio Carreteiro / Olhares.com)

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Novas terras!

Navegas nesta cândura limiar,
em névoa te faz espiar,
na busca de uma terra
que desejas aportar.

Pisa com firmeza
em novo dia sem acabar,
reluta com o passado de lá,
te renovas com um novo olhar.

*Para Dani e Mara, que navegam novos mares

(Texto: Andréa Zílio)

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Aportar


Navesgas e aportas por este rio,
Lá, para além dos seres, ao profundo,
Desenhas um céu azul anil,
margens verdes que te cercam e direcionam teu caminho,
apontam as setas aos montes que amanhecem.

Como a um cativo, te ouço passar
com fixos olhos rasos de ânsia te vejo caminhar,
Tua sombra que ondula um canto de ave
Limiar textura e curvas de um enredo suave

Como diz Pessoa, que se afeiçoa:
"Mais razões para cantar que a vida!"

(Texto Andréa Zílio / Foto: Sérgio Vale - Rio Acre)

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Flor do Pará!

O carimbó embala teu corpo em uma canção de vida
que irradia tua alma e abençoa teus passos e rodadas.
Muiraquitã externa sua sorte mantendo em teu olhar um eterno
brilho de mocidade.
O grito que ecoas destes lábios carnundos de uma 'nega' de alma negra, é o mesmo que te fazes receber todos com humildade e alegria.
Dona de cachos que embalam na brisa do mundo, de coração que anseia por novas descobertas, novos palcos para teus talentos. Gingado herdado de uma mistura com cheiro de patcholin. Excêntricidade que te tornas única, de um jeito inconformista de ser. Esse capaz de mudar o mundo.
Banhada nas águas do Amazonas, o mar das verdes florestas do Norte do Brasil, tu te fazes um encanto de uma lenda chamada vida. És vitória-régia das ruas, das festas, das rodas entre amigos, da existência.

*Em homenagem à Camila Cabeça, aniversariante de 28 anos, no dia 08/08/2008
Na foto (arquivo pessoal), ao lado do rei do carimbó no Pará, Pinduca

(Texto: Andréa Zílio/Foto: Surama Chaul)

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Olhos!

Tua capacidade de brilhar depois de viajar
em uma sombra de abismo.
A motivação diante da alegria que te fazes
soltar a água salgada da emoção.
Tu, quando abaixas tua imponência,
fazes de tua morada um lugar triste.
Mas também sabes te encantar, nesse instante,
mostrar teu brilho com magia, soberania.
Te colorir, fantasiar, é tarefa fácil quando sabes amar.
Ao respeitar teu lar, te perguntas, te encontras,
te animas do que vistes e te empolga com o que queres ou vais ver.
E assim segue teu destino, com o que sabes fazer: OLHAR

(Texto Andréa Zílio / Foto: Sérgio Vale)

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Sinto

O pensamento navega pra longe, sentindo o cheiro inebriante da inspiração do
desejo das rosas vermelhas, a lealdade das rosas amarelas e o encanto das margaridas, todas postas à mesa.
Observo a grandeza da árvore que se exibe do outro lado da janela, imponente, majestosa.
O silêncio mais alto invande minha alma, serenando meus pensamentos.
Meu coração sorrir com lágrimas, chora em gargalhadas.
Um mar de emoções da icoerência mais sensata,
vivida somente quando a alma está livre, escalando sonhos que pareciam impossíveis.
Uma vida que corre como as águas de uma cachoeira,
que sabe se fazer brilhar na queda que parece beirar um precípicio mas, na verdade,
é apenas um caminho necessário e energizante para ela harmonizar-se ao rio.
Encontro em tua alma a harmonia de minha alma, ambas navegando em um turbilhão de
paixão, se fazendo conhecedora dos encantos e valores do amor, o mais puro, o mais íntimo.


(Texto: Andréa Zílio / Fotos: Sérgio Vale)


segunda-feira, 21 de julho de 2008

Vida!

Quando pequena ficava horas ouvindo as lendas do Boto, da Cobra-Grande e outros
mitos da Amazônia. Essa era a forma encontrada pelos meus avós (Joaquina e Teotônio)
para me ensinarem a respeitar a natureza e os limites que ela impõe ao homem.
No dia-a-dia também ajudava a regar as plantas do nosso jardim, o mesmo por onde brincava de pique-esconde, a cultivar a flor que desabrochava uma vez ao ano, a qual aguardava com ansiedade o espetáculo que nos presenteava por termos cuidado dela.
Na simplicidade do dia-a-dia vivi momenos inesquecíveis. O maravilhoso banho nas águas do rio Afuá, onde aprendi a nadar e também a gostar das pescarias em família em noites lindas de luar e céu estrelado. Outras dessas noites, ajudava meus avós a tecer o algodão utilizado para 'calafetar' os barcos usados pelos ribeirinhos.
Sentar com a família a sombra da mangueira, de onde tirávamos seu fruto e nos deliciavamos nos fins de tarde, sem receio em se lambuzar. O momento era de gargalhar com as lembranças do passado nada distante dos dias que viviamos, ou buscar histórias de nossos bisavós, pintar as unhas, inventar penteados. Pura descontração.
A hora do lanche ou do almoço em que os assentos ao redor da mesa ficavam cheios, sempre havia lugar para mais um que chegasse atrasado, manteve em minhas recordações o sabor do tempero de minha vó.
No Círio de Nossa Senhora da Conceição ou no Festival do Camarão, festas tradicionais da cidade, nos encantavámos com as coisas que vinham de Macapá. O Parque de Diversões era lugar certo para ser visitado todas as noites. Hoje, retorno nele para apreciar meus sobrinhos (André, Paula, Hugo, Victor) se divertirem.
Acompanhar meu avô até o campo de futebol, onde os jogos eram comemorados por torcidas fanáticas, era motivo de felicidade, principalmente no fim da partida, quando o sabor do sorvete de abacate ou de açaí era desfrutado. Sabor esse que só encontro aqui, nesta terra. Dentro de casa a divisão na torcida pelo Paisandú e Remo era encontrada nos copos, remos e camisas personalizadas.
Correr atrás de minha irmã (Karla) quando ela adorava me enfezar e unir-se à ela na hora de fazer bonequinhos de papel para colocar na rua com intuíto da chuva ir embora. Ver o pôr-do-sol com os amigos ao sabor do tacacá ou mingau de milho, depois de um dia de estudo. Brincar com os sapatos e brincos de minha mãe (Carmem), para ela ver que eu estava crescendo. Hoje brinco com os meus.
Dar uma volta na cidade, jogar queimada ou futebol, se deliciar com o chopp (famoso sacolé). Colocar a cadeira em frente de casa no fim de tarde e ver a noite passar na companhia de amigos e familiares. Viver os ensaios de quadrilha, danças folclóricas, o nervosismo em apresentá-las, as risadas ao rever as fotografias que resgistraram tudo.
Essa foi minha infância, minha adolescência, início de juventude, que logo depois ganhou o cenário do Amapá, seus rios, suas curvas, seu sabor. Nele também encontro a felicidade em sentar as margens do rio Amazonas, na companhia de amigos, ouvindo música regional ou MPB, comendo camarão (sempre).
Em Macapá aprendi a sentir o batuque do marabaixo, conheci corredeiras, cachoeiras, percorri rios, ouvi histórias, contei algumas, vivi outras. Vi a madeira do amor, encantada, passar pelo rio Araguari, atravessei as pedras do rio Amapari.
Em outro caminho, em outro lugar, no Acre, encontro novos caminhos, mas neles, sempre existem fragmentos desse passado tão presente em minha vida.
Hoje, com mais um ano de vida se aproximando, recordo o passado nesta terra e entro em estado de puro êxtase, mesmo com despedidas, recordo tudo com muita felicidade, amor e carinho, mas, sobretudo, respeito as minhas origens, minha vida, minha história. Por isso o registro. O que sou!

(Andréa Zílio)

terça-feira, 15 de julho de 2008

Olhar!


O olhar recebido seduz com um brilho que invade a alma.
o friozinho na barriga é seguido de um calafrio,
o corpo se pronuncia em nome do sentimento.

As mãos se tocam acidentalmente
revela a temperatura de um turbilhão de emoções,
com o passar dos minutos tudo fica mais aconchegante.

A conversa flui, o sorriso solta-se,
as experiências são reveladas,
a alma libertada.


*Seja qual for o olhar, o reencontro

(amigo, amor, família) o importante é sentir.


(Andréa Zílio

domingo, 13 de julho de 2008

Rumos!

Sei que o vazio deixado pela partida da tua mana (...)
Apesar do caminho compartilhado,
durante boa parte dessa encarnação,
em algum momento cada uma seguiu um rumo.
Ela preferiu viver intensamente, como se a vida
fosse só o agora, o hoje.
Tu não! Seguistes o caminho do conhecimento,
como se a vida fosse muito além do que
podemos sentir no mero instante.
Isso não significa que és menos intensa do que ela.
Tão pouco que ela tenha sido menos sábia.
A diferença é que a tua intensidade é
raciocinada e a sabedoria dela era empírica.
Nesses reversos, vocês criaram versos.
Nem sempre com rima e métrica.
Mas, com as cores dos sonhos de quando eram meninas.
Sonhos de tornarem-se estrelas de seus próprios mundos,
histórias e escolhas.
Então,quando a saudade apertar,olhe para o céu?!
E perceba a estrela mais bonita sorrindo para ti.
Dizendo que vale a pena viver para, um dia,
simplesmente virar estrela.
E brilhar, brilhar, brilhar...

(De Dani para Andréa)

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Terra (marajoara) encantada!

Teu despertar junto aos raios do sol
que ilumina tua gente e faz refletir a beleza das águas.
Tua apresentação é um rio com teu nome,
que alimenta seu povo, traz brincadeiras para suas crianças,
leva tua gente para outras terras, novos horizontes e,
também traz de volta para reencontros.

Um jeito peculiar, compreendido somente por pessoas de almas livres.
Tua alma e cor brasileira, tua crença, ciência caseira, teu ritmo.
A pressa para começar o dia e a vagareza para terminá-lo,
ainda marcados pelo sino alojado na torre da igreja que
ressoa as horas em suas badaladas, ditando os afazeres.

Terra encantada,
teu fim de tarde harmonioso,
em que colocar a cadeira e sentar em frente de casa
se torna um prazeroso passatempo.
Tuas festas religiosas e profanas quem fazem a tradição,
do Círio de Nossa Senhora da Conceição ao
Festival do Camarão.

Nome índigena cheio de prosas
Afuá, pronuncia exênctrica,
lugar de simplicidade e rusticidade, na busca pela modernidade.
De um povo ribeirinho, rodeado de riquezas,
de uma vida marajoara cheia de proezas,
histórias, lendas e belezas.

(Andréa Zílio)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Desabafo!!!

A folha está seca,
o frio se aproxima,
a névoa se fortalece,
eis aqui a solidão!

Neste penduricalho o teu barulho perde o som,
o silêncio começa a te representar com ousadia,
tua face se transforma, trazendo rugas que em outro
tempo não era possível ver.

O mar em fúria,
a fogueira em chama,
a ventania que absolve
a antiga calmaria.

Neste penduricalho deixaste de chacoalhar,
te expulsas do presente, apertando a mão,
sem querer dar adeus, mas o fazendo em cada gesto

O sol que brilha,
o céu que ilumina,
o mar que avizinha,
a vida que ressoa!

(Andréa Zílio)

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Teu vôo!

Na dor encontro a cumplicidade que
despertava em momentos mágicos,
onde nossos laços se evidenciavam.
Tua figura ousada e desafiadora diante
de um mundo sem compreensão.

A generosidade de alguém que
não tinha nada e oferecia tudo.
A alegria de um pássaro de canto sereno,
que sabia esbravejar e defender seu ninho.
Um pássaro que tentou durante
toda a sua vida aprender a voar.

Você não deixa seus erros, afinal, todos os comentem.
Em nossas lembranças deixa teu sorriso,
tuas brincadeiras, tua risada mais gostosa,
esse teu jeito de achar que a vida pode ser maravilhosa.

Jamais esquecerei do dia em que junto a nossa mãe,
te embalei nas águas do rio Amazonas
para te levar até o nosso berço,
O lugar onde ensaiastes teus primeiros vôos,
para onde sempre retornava depois de cada aventura.
Onde ensinastes o doce sabor de uma gargalhada,
destas que sempre destes,
aparentemente por banalidades.
Afinal, soubestes encontrar na simplicidade
do dia-a-dia o sentido da felicidade.

Uso de tua brincadeira de adolescente em dar a cada letra
de um nome a tradução não só de teus olhos, mas de teu coração,
que conseguiam com generosidade expressar o que as pessoas
representavam em tua vida.
Mas, sem tua maestria, apenas
traduzo em meus pensamentos
as palavras: alegre, intensa, amável, generosa,
afável, companheira e brincalhona.

*Minha amada irmã Ana Carla

(Andréa Zílio - Foto: Carmem Rosa)

sábado, 28 de junho de 2008

Procura-se!

Busco um sorriso,
daqueles que também te faz sorrir,
que exala um brilho no olhar,
que até faz chorar.

Um sorriso amigo,
sem pretensões em dizer,
apenas um sorriso,
sem nada querer.

Daqueles que você não esquece,
mesmo quando as lembranças de um rosto desaparecem.
Um sorriso verdadeiro,
sincero, leal e companheiro.

*Para quem reconhece o valor de um sorriso.
(Andréa Zílio - Foto: Antonio Carreteiro/Olhares.com)

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Além!

Uma ávida capacidade de ternura
em uma voz íntima que ecoa.
Inerte diante do infinito,
em um sentimento plácido que
brota do desejo mais íntimo.
Intríseca como o botão de uma flor,
que brilha diante do sol que se põe.

Uma inquietude desnecessária
diante da energia exalada em um sorriso.
A busca por olhares desmemoriados nesta
caminhada dentro do labirinto.
Uma recusa em ser além,
quando seu olhar é sempre além.
Lhe fazendo ganhar todos os gracejos da corte,
em que plebeus, vassalos e reis
se igualam diante de seu nobre olhar.


*Para Dandan (Foto Paulo Penicheiro/Olhares.com)

De Vinícius de Moraes para os amigos de Andréa Zílio

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor,
que tivessem morrido todos os meus amores,
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos
e o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida...

...Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro,
embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção
de como me são necessários,de como são indispensáveis
ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu,
tremulamente, construí,e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida...

...Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos,
cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer ...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa
da vida não me permite ter sempre ao meu lado,morando comigo, andando comigo,
falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente,
os que só desconfiam - ou talvez nunca vão saber -que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.

(Vinícius de Moraes)

Chama

Os raios do sol se infiltram pelo vidro da janela,
pedindo passagem e anunciado um novo dia.
Essa intrísica vontade viver,
que emana energia em sorrisos e lágrimas,
mantêm dentro do peito a voracidade e a chama acesa.
(Andréa Zílio)

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Eu!

Escrevo porque minha alma pede. Não sou Drummond, nem Pessoa, mas me faço autora de linhas que traduzem sentimentos meus e alheios, em um universo paralelo, arquitetato por experiências e aprendizados.
Não busco a complexidade de Cabral de Melo Neto, nem tão pouco a simplicidade anunciada pelo mestre Jobim. Apenas escrevo, linhas minhas, suas, que conduzem uma linear temporalidade e se perpetua em frases que falam de amor, dor, angústia, alegria. Sentimento.
Me aqueço da delicadeza alheia, reconstruo diante do sabor perfeito, das letras fragmentadas e pronunciadas, das palavras mal ditas, da brincadeira de unir pensamento, do prazer de saber expresar.
(Andréa Zílio)

Empresto Cecília Meireles:

"Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste: sou poeta."

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Fragmentos!

Escrever sobre um afago,
traz poesias para você!
Alegria de um mundo
que possui o brilho de um sol
e mostra realmente as cores da vida.
Pássaros da vida viajam sobre a existência
de ser ou não ser, do querer e não poder.
Um sonho que aporta o soneto da felicidade
relata escuridão e desejo;
e com um bom som de jazz,
rasuras demonstram marionetes de um espetáculo só,
onde o sonho se torna um isolamento
e navegar sempre será preciso.

*A arte que se replica. Priscilla reuniu os títulos de minhas postagens e fez sua criação. Muito bom!

terça-feira, 17 de junho de 2008

Escrever!

...
é um alimento e consumo
pra tua alma irrequieta
que sempre busca além...

(Maracimoni para Andréa)

Alegria!

Tiro o meu chapéu e te vejo passar,
mas logo te sigo sem te deixar voar,
só aceito que viaje se contigo me levar,
afinal, aqui também é meu lugar.

Encontro no sorriso tua forma mais bela,
quero de ti mais que uma noitada,
serelepe aventureira é você que me guia,
filha do mundo, teu reino é alegria.

(Andréa Zílio - Foto Diego Pintro)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Afago!


Sente o meu pensamento no ar,
algo que se desprende do meu olhar,
e percorre milhares de milhas marítimas e terrestres
até te tocar a face, o rosto sublime,
e abraçar... e consolar.
A palavra é melodia aos ouvidos,
o toque é confortante carinho,
O olhar afaga a dor e brinda a alegria
de um coração que se refaz em lembranças.

*Ao amor maior de minha vida, minha mãe, Carmem.

(Andréa Zílio - Foto Online Photographers)

Poesia para você!

Os dentes rangendo se trituram,
mordendo a carne imaginaria do desejo,
com as unhas cravadas na fronha,
adormecendo a dor do prazer,
derramando gotas de sangue
e suor nas curvas da pele retesada e nua e,
se convertem insólitas nos póros,
nas grutas e se convergem sólidas no útero
dos sentidos com a esperança de não ter paz até o
merecido e eterno descanso dos insensatos de insano querer.

*Poesia que um talento da escrita, Aluísio, me deu em 26 de maio de 2004)

O brilho de um Sol!


A entrega a vida,
o gozo dos momentos,
a exposição ao sol,
a nobreza diante do luar.

A criança adulta em uma vida que passa e fica,
que aporta e sai mundo a fora.
Passa silenciosamente e anuncia a todos sua graça.

Asas suprimidas na tristeza,
mas capazes de abraçar o mundo.
Sabedoria em compartilhar alegria,
com a capacidade de embriagar multidões.

Um ser solene, de alma generosa,
que não teme a voracidade do amor,
e desperta a cada grande descoberta,
vivendo um drama shakepeareano
com a sutileza de um belo conto de fadas.

*Para a amiga que sempre gerou raios de luz e alegria em minha vida, Sol)

(Andréa Zílio - Foto Percivaldo Rossato/Olhares.com)

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Cores da Vida


Do 'negro' sentimento que aprisiona o coração,
busca no vermelho da paixão uma nova brisa para acariciar seu rosto.
E o azul do céu, do mar, reforça o valor da existência.

O embalo dessa espuma branca que enfeita as águas da cachoeira, faz o reflexo verde da floresta se envaidecer e demanchar-se nas águas, brindadas pelos raios amarelos do sol.
É nessa paisagem de cores que encontra o real sabor da VIDA!

(Andréa Zílio - Foto Jorge N. Alves/Olhares.com)