quinta-feira, 2 de julho de 2009
Luto, saudade, amor!
Saudades de um homem, mestre, pai, amigo, que:
Em momentos difícies, sempre ofereceu seu abraço desajeitado, abraço de quem tinha um jeito turrão, e por dentro era um baú de bondade, solidariedade, amor. Diante dos motivos femininos, era uma alma com sensibilidade suficiente para entender a as diferenças. Em uma roda de conversa, quando o corpo sentia a bebida usada para brindar, os olhos se fechavam, em um jeito singelo.
Num olhar além de seu tempo, viu em uma "índia", uma liderança na redação, em uma jornalista que sabia apenas que queria ser jornalista e era insegura, uma repórter com potencial para cobrir política em pleno ano eleitoral, uma religiosa centrada, cheia de receios, uma excelente repórter do caderno policial,em uma recepcionista curiosa, uma boa jornalista, em um jovem elétrico, um bom repórter esportivo. Entre muitas outras descobertas.
Era um rebelde com muita causa, coerente, um jornalista sensato, incoformado, ousado, crente de sua missão. Um homem que leu todas as obras de Aghata Christie, mas se deleitava mesmo nos mais complexos pensamentos da humanidade, de grande filósofos à teorias de boteco. Que adorava a foto de uma tarde de pôr-do-sol na África, tirada pelo amigo Daniel de Andrade. A África pela qual lutou quando precisou deixar seu país que vivia uma ditadura militar, pelo qual também havia lutado e teve de pagar este preço, ficar longe de todos que amava e encontrar novos amores.
Um homem que ao lado de Elson Martins construiu um jornal (Folha do Amapá) histórico para o Amapá, que consolidou um grupo de profissionais e amigos, plantando uma semente que jamais se apagará.
Um homem de conselhos que te fazia acreditar no que antes era imporvável, que te apontava erros e verdades sem sentir-se o dono da razão, na mais plena humildade. Um homem que vivia a beleza da simplicidade da vida. Que sabia, de forma sutil, ainda que tímida, demonstrar seus sentimentos mais puros e verdadeiros.
De um homem que nos últimos dias de sua vida, conseguiu no mais absoluto silêncio, unir amigos de todos os cantos do mundo em um mesmo propósito. E conseguiu reunir os que haviam se distanciado, mostrando que a vida deve ser agraciada em gestos de humanidade, solidariedade, sem medo, apenas seguindo os princípios herdados em família, a personalidade construída com o dinamismo da vida. De um homem que vai viver sempre em cada um que consquistou, pelo que deixou à todos, o Trin das "meninas".
Saudades de um homem, mestre, pai, amigo: Saudades de Osmar Béssio Trindade!
(A.Z/Foto 1: Trin em Moçambique - tirada por Daniel Andrade
Foto 2: Trin em Macapá - tirada por Maracimoni )
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Belo texto, Andréa. Certamente, o Trin, onde quer que esteja, armou seu sorriso discreto e silencioso, entrefechou os olhos e soltou, orgulhoso, seu "baaa!" gaúcho completo e definitivo. Bj. Elson
Gostaria de tê-lo conhecido....
A partir de agora passarei sempre por aqui, certo?
beijão
Linda homenagem Zilio.
Nosso doce turrao esta orgulhoso de sua folhete Baby, que se transformou numa poetisa.
Que saudade desse abraco duro...
Que saudade do nosso Trin, do nosso Trinity..
Postar um comentário