quinta-feira, 24 de março de 2011

Navego!

Navegar nesse rio da infância, que ensina a nadar, mergulhar entre os carandirus e carataís...
nessa fantasia que faz perder o medo da água barrenta e abrir os olhos para os sonhos.
Traçar as características que te seguem por toda uma vida, entre elas, a de que muitas podem mudar, aperfeiçoar...
Assim como na estrada, as curvas dessas águas também apresentam um horizonte sempre inesperado.
A maresia pode ser calma e serena, formando somente pequenas ondulações, outras vezes, parece ter a fúria do mar.
Nessas águas cheias de energia... observar e ver muitas vidas, diferentes histórias, também leva ao encontro da morte... de muitos que tiveram seus sonhos engolidos nesta profundeza.
Nessa vida ribeirinha, sempre é o sol que se avizinha, anunciando um dia após o outro de maneira mais lenta, sem pressa, sem a voracidade do mundo moderno.
Nessas lembranças, voltamos a ninar... reconstuindo todos os cacos que tentaram enterrar.
Nessa fúria, recomeçamos com o desafio de acalmar, contornar... aprendendo mais uma vez a navegar!
(A.Z / Foto: rio Afuá - Ilha do Marajó)

Um comentário:

Duda Marques disse...

Lindo texto, Andréa. Parabéns!