A folha está seca,
o frio se aproxima,
a névoa se fortalece,
eis aqui a solidão!
Neste penduricalho o teu barulho perde o som,
o silêncio começa a te representar com ousadia,
tua face se transforma, trazendo rugas que em outro
tempo não era possível ver.
O mar em fúria,
a fogueira em chama,
a ventania que absolve
a antiga calmaria.
Neste penduricalho deixaste de chacoalhar,
te expulsas do presente, apertando a mão,
sem querer dar adeus, mas o fazendo em cada gesto
O sol que brilha,
o céu que ilumina,
o mar que avizinha,
a vida que ressoa!
(Andréa Zílio)
segunda-feira, 7 de julho de 2008
quinta-feira, 3 de julho de 2008
Teu vôo!

despertava em momentos mágicos,
onde nossos laços se evidenciavam.
Tua figura ousada e desafiadora diante
de um mundo sem compreensão.
A generosidade de alguém que
não tinha nada e oferecia tudo.
A alegria de um pássaro de canto sereno,
que sabia esbravejar e defender seu ninho.
Um pássaro que tentou durante
toda a sua vida aprender a voar.
Você não deixa seus erros, afinal, todos os comentem.
Em nossas lembranças deixa teu sorriso,
tuas brincadeiras, tua risada mais gostosa,
esse teu jeito de achar que a vida pode ser maravilhosa.
Jamais esquecerei do dia em que junto a nossa mãe,
te embalei nas águas do rio Amazonas
para te levar até o nosso berço,
O lugar onde ensaiastes teus primeiros vôos,
para onde sempre retornava depois de cada aventura.
Onde ensinastes o doce sabor de uma gargalhada,
destas que sempre destes,
aparentemente por banalidades.
Afinal, soubestes encontrar na simplicidade
do dia-a-dia o sentido da felicidade.
Uso de tua brincadeira de adolescente em dar a cada letra
de um nome a tradução não só de teus olhos, mas de teu coração,
que conseguiam com generosidade expressar o que as pessoas
representavam em tua vida.
Mas, sem tua maestria, apenas
traduzo em meus pensamentos
as palavras: alegre, intensa, amável, generosa,
afável, companheira e brincalhona.
*Minha amada irmã Ana Carla
(Andréa Zílio - Foto: Carmem Rosa)
sábado, 28 de junho de 2008
Procura-se!

daqueles que também te faz sorrir,
que exala um brilho no olhar,
que até faz chorar.
Um sorriso amigo,
sem pretensões em dizer,
apenas um sorriso,
sem nada querer.
Daqueles que você não esquece,
mesmo quando as lembranças de um rosto desaparecem.
Um sorriso verdadeiro,
sincero, leal e companheiro.
*Para quem reconhece o valor de um sorriso.
(Andréa Zílio - Foto: Antonio Carreteiro/Olhares.com)
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Além!

em uma voz íntima que ecoa.
Inerte diante do infinito,
em um sentimento plácido que
brota do desejo mais íntimo.
Intríseca como o botão de uma flor,
que brilha diante do sol que se põe.
Uma inquietude desnecessária
diante da energia exalada em um sorriso.
A busca por olhares desmemoriados nesta
caminhada dentro do labirinto.
Uma recusa em ser além,
quando seu olhar é sempre além.
Lhe fazendo ganhar todos os gracejos da corte,
em que plebeus, vassalos e reis
se igualam diante de seu nobre olhar.
*Para Dandan (Foto Paulo Penicheiro/Olhares.com)
De Vinícius de Moraes para os amigos de Andréa Zílio
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor,
que tivessem morrido todos os meus amores,
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos
e o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida...
...Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro,
embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção
de como me são necessários,de como são indispensáveis
ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu,
tremulamente, construí,e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida...
...Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos,
cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer ...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa
da vida não me permite ter sempre ao meu lado,morando comigo, andando comigo,
falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente,
os que só desconfiam - ou talvez nunca vão saber -que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.
(Vinícius de Moraes)
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor,
que tivessem morrido todos os meus amores,
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos
e o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida...
...Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro,
embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção
de como me são necessários,de como são indispensáveis
ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu,
tremulamente, construí,e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida...
...Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos,
cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer ...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa
da vida não me permite ter sempre ao meu lado,morando comigo, andando comigo,
falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente,
os que só desconfiam - ou talvez nunca vão saber -que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.
(Vinícius de Moraes)
Chama
Os raios do sol se infiltram pelo vidro da janela,
pedindo passagem e anunciado um novo dia.
Essa intrísica vontade viver,
que emana energia em sorrisos e lágrimas,
mantêm dentro do peito a voracidade e a chama acesa.
(Andréa Zílio)
pedindo passagem e anunciado um novo dia.
Essa intrísica vontade viver,
que emana energia em sorrisos e lágrimas,
mantêm dentro do peito a voracidade e a chama acesa.
(Andréa Zílio)
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Eu!
Escrevo porque minha alma pede. Não sou Drummond, nem Pessoa, mas me faço autora de linhas que traduzem sentimentos meus e alheios, em um universo paralelo, arquitetato por experiências e aprendizados.
Não busco a complexidade de Cabral de Melo Neto, nem tão pouco a simplicidade anunciada pelo mestre Jobim. Apenas escrevo, linhas minhas, suas, que conduzem uma linear temporalidade e se perpetua em frases que falam de amor, dor, angústia, alegria. Sentimento.
Me aqueço da delicadeza alheia, reconstruo diante do sabor perfeito, das letras fragmentadas e pronunciadas, das palavras mal ditas, da brincadeira de unir pensamento, do prazer de saber expresar.
(Andréa Zílio)
Empresto Cecília Meireles:
"Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste: sou poeta."
Não busco a complexidade de Cabral de Melo Neto, nem tão pouco a simplicidade anunciada pelo mestre Jobim. Apenas escrevo, linhas minhas, suas, que conduzem uma linear temporalidade e se perpetua em frases que falam de amor, dor, angústia, alegria. Sentimento.
Me aqueço da delicadeza alheia, reconstruo diante do sabor perfeito, das letras fragmentadas e pronunciadas, das palavras mal ditas, da brincadeira de unir pensamento, do prazer de saber expresar.
(Andréa Zílio)
Empresto Cecília Meireles:
"Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste: sou poeta."
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Fragmentos!
Escrever sobre um afago,
traz poesias para você!
Alegria de um mundo
que possui o brilho de um sol
e mostra realmente as cores da vida.
Pássaros da vida viajam sobre a existência
de ser ou não ser, do querer e não poder.
Um sonho que aporta o soneto da felicidade
relata escuridão e desejo;
e com um bom som de jazz,
rasuras demonstram marionetes de um espetáculo só,
onde o sonho se torna um isolamento
e navegar sempre será preciso.
*A arte que se replica. Priscilla reuniu os títulos de minhas postagens e fez sua criação. Muito bom!
traz poesias para você!
Alegria de um mundo
que possui o brilho de um sol
e mostra realmente as cores da vida.
Pássaros da vida viajam sobre a existência
de ser ou não ser, do querer e não poder.
Um sonho que aporta o soneto da felicidade
relata escuridão e desejo;
e com um bom som de jazz,
rasuras demonstram marionetes de um espetáculo só,
onde o sonho se torna um isolamento
e navegar sempre será preciso.
*A arte que se replica. Priscilla reuniu os títulos de minhas postagens e fez sua criação. Muito bom!
terça-feira, 17 de junho de 2008
Escrever!
...
é um alimento e consumo
pra tua alma irrequieta
que sempre busca além...
(Maracimoni para Andréa)
é um alimento e consumo
pra tua alma irrequieta
que sempre busca além...
(Maracimoni para Andréa)
Alegria!
mas logo te sigo sem te deixar voar,
só aceito que viaje se contigo me levar,
afinal, aqui também é meu lugar.
Encontro no sorriso tua forma mais bela,
quero de ti mais que uma noitada,
serelepe aventureira é você que me guia,
filha do mundo, teu reino é alegria.
(Andréa Zílio - Foto Diego Pintro)
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