sábado, 13 de dezembro de 2008

Vermelho!

Em cada sorriso uma história contada,
no olhar um mistério revelado,
no gesto a libertação de uma expressão suprimida,
na brincadeira uma verdade insensata,
no íntimo o desejo.
Te fazes pequena quando és gigante,
brinca serena mas a seriedade é teu ímpeto.
No valor está a humanidade e sua beleza,
nos sonhos a destreza e imensidão.

(Andréa Zílio - Foto: Ezequiel Vieira.Olhares)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Ciranda!

Pega a minha mão,
vem caminhar nesse sonho,
deixa de lado esse chão, 
te embala na ilusão.

Vamos bailar ao som de várias canções
para enganar o coração
e fazer desaparecer a dor
que impede outras emoções.

(Texto: Andréa Zílio / Foto: presente de Camila que achou na internet)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Intensidade

Brinca de menina mas te faz mulher. Charmosa inocência cheia de sedução, 
que sabe alinhar pureza com uma dose de esperteza. 
Tu fazes dos obstáculos tuas conquistas de uma diversão cheia de superação.
Da tarefa uma missão, em que é necessário sempre paixão, tesão. 
Por trás dessa face o romantismo ímpera, dando espaço as doces descobertas do prazer.
E no fim de tudo o sorriso é sempre a ordem do dia,
e a palavra mais praticada do teu vocabulário é viver!

(Texto: Andréa Zílio)

Desejo!

Desejo reencontrar tuas cores e dela um arco-íris criar,
brincar de ser menina, desbravar novas jornadas junto ao teu caminhar.

Ah, o desejo, esse insano sentimento que vira, mexe, pula, solta, vai em frente,
torna o querer mais veloz que o sentir, transformando tudo em um descompasso sem fim.

Sem poder comandar um novo alinhar, me recomponho no sensato sem nada infringir, e o teu querer que me faz acreditar que sempre vale a pena tentar. 

Valeu, descobri mais que risos, bom humor, leveza e liberdade, um pedaço parece que se foi e mandou em seu lugar mais dose de admiração, respeito e lealdade.

*Cor e sabor: morango
(Texto: Andréa Zílio)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Sair!

Sinto o sangue pulsar,
ele impulsina o calor que corre por
todo meu corpo... a vontade é de gritar.
Tudo parece ferver, a consciência desaparecer.

Essa mente que turbilha nesse parque que horas perde a diversão,
me faz parar, respirar, tomar um café, uma água,
ver a tarde que começa a se despedir para dar espaço a noite.
Enfim... mais um dia, ops...
ainda não acabou, até pegar no sono fico pensando no que faltou.

(Texto: Andréa Zílio)


quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Saudade

As lembranças inebriam e parece que tudo aconteceu dias atrás,
renovada minha memória, os traços já consistentes se reformulam.
Fixo um olhar no horizonte, perdido andante...
na expectativa de encontrar na faixa de ilusão uma imagem que esteja além.

Sonhos, expectativas, amores, paixões, realizações.
Ah, coisa miudinha que transborda em um olhar, 
insisto em pequeninar o que parece dor, mas é muito mais... é sabor?
é Saudade...termômetro do que sou!

(Texto: Andréa Zílio)

Póros

Titubiei o conhecimento
aflorei o pensamento
desfalquei o sentimento
assimilei o falecimento.

As idéias se foram,
a memória apagou-se,
as lembranças abandonaram
a verve deste corpo triste.

Me falham as idéias,
me faltam as palavras,
sangram meus póros...
cadê a vida?

(Texto: Andréa Zílio)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Mulheres de minhas leituras

Viajo nestas letras de quem está "Muito longe de casa",
e vejo que nas "memórias de um menino soldado" não houve tempo
para encontrá-las com tanto fervor diante da dor.
Mas continuo, encontro riqueza de detalhes no depoimento dele...
É isso mesmo, não vou esconder, é ele. "Eu, Casanova, confesso".
Afinal, é a mesma riqueza das "Memórias de minhas putas tristes",
tão infinitamente sensuais quanto as encontradas nas
"Casas dos budas ditosos", que só João Ulbado poderia encontrar.
Então vejo que todas estão de alguma forma "Nas mulheres de meu pai",
com todo o jeito e as formas de Agualusa.
Todas com suas caraterísticas, da mais famigerada à mais delicada,
da vulgar à sutil, de gestos que exalam sensualidade, pureza.
E nesse imaginário estou no "Último vôo do flamingo", para então ousar em
desbravar novos caminhos de um imaginário infinito. Eis a leitura!

(Texto: Andréa Zílio / Foto: twowests)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Grito solitário

As estrelas deixaram de brilhar,

a escuridão infiltrou-se no céu azul e branco,

a insanidade tomou conta deste cenário de

uma ilusão de paz... em que a busca por ela

é a própria guerra.

Aquela que mata, leva tudo o que é do povo.

Espanta todos os sentidos, mantendo apenas o medo.

O olhar inocente agora é assustado,

aterrorizado diante de um cenário desfacelado,

em que andar na rua já não é seguro, e é preciso

conviver com as muralhas da dor, tristeza,

incerteza, impureza e morte.



A mão deixou de fazer carinho, e o afago

é gesto de um passado vivo apenas nas lembranças.

O choro não é apenas de dor, mas de desespero,

do mais voraz, intenso e trágico,

em que saciar a fome é a única luta diária

transformada em sonhos que almejam apenas dias que

tenham comida à mesa, tranquilidade no lar, trabalho, dignidade, justiça.

Mas o paraíso parece ter se transformado em inferno,

onde vida e morte andam cada vez mais juntas...

ainda assim, com tanta dor, um grito ecoa mundo afora

e a súplica pelo socorro encontra forças e se faz também em sorrisos.


(Texto: Andréa Zílio - Foto: Alan Tylor/ Congo)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Velejar

Sentir o aportar de um barco sem vela
Velejar em um mar seco de emoções
Emocionar-se em um cenário sem cor
Colorir uma chama que arde em dor

Um espetáculo a colorir
Uma dor a abrandar
Hastear a vela e encontrar o som
Velejar em um mar de sons
Rumo ao encontro das emoções que devolvem o tom.

(Texto: Andréa Zílio / Foto: Garatujando)