segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Seguir

Admire as estrelas, mas não as queira em suas mãos,
pois elas só podem brilhar no céu.
Fique mais tempo acordado para ver o luar, mas durma o necessário para recarregar as energias e apreciar outras novas noites.
Ao invés de tomar cafezinho na cozinha do trabalho no fim de tarde, vá até a rua, olhe para a tarde que chega, se despeça do sol.
Não tente se esconder da chuva, ao menos uma vez, sacie o desejo que ela tem em te molhar.
Quando sentir-se só, abrace a solidão, ela também é companheira.
E se a saudade chegar, a sacie com as lembranças.
Se alguém ficar zangado com você, não tente se fazer compreender,
explique-se e espere o tempo te mostrar um caminho...
E se não for o que tenhas imaginado, paciência, não dá pra ser
sempre do jeito que você quer, mas saiba que algo de bom
encontrarás nele...afinal, você vive.

(Texto: Andréa Zílio / Foto: Olhares.com)

Verve!

Me desfaço nessa verve lembrança
de uma serena imagem de contentamento.
Um lúcido transbordar do sorriso que
amedronta os pesadelos.

Um descanso à alma livre,
no sabor da vivacidade do momento.
"Sem que um sonho, no erguer de asa,
faça até mais rubra a brasa da lareira!"

*aspas de Fernando Pessoa
(Texto: Andréa Zílio)

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Xodó

Eu chego perto e sentem meu cheiro, o que mostra a lealdade
de criaturas que identificam uma das características da essência de alguém... o cheiro.
Cansada, algumas vezes estressada, basta sentir o toque e força das patas que saltam em meu corpo, para a minha atenção se voltar à vocês.
Os olhos pedintes de carinho são chamados para um momento só nosso.
Vivo nesse xodó, de seres que só me fazem bem, dão trabalho, mas fazem muito bem.

*Meus dois xodó: Ágata, branca como a neve (o nome significa bondosa, ser bom, típico do boxer) e o espivitado poodle Ébano (preto e belo, assim como a árvore africana).

(Texto e foto: Andréa Zílio)

Escrever

É um vício,
daqueles mais fortes e insaciáveis.
É uma rotina,
daquelas mais gostosas e inebriantes.

Como uma gota de orvalho que precisa
do amanhacer para ser tão bela.
Da mesma maneira que o cantor precisa do palco para ecoar sua voz.

Escrever é quando os fatos se tornam verdadeiros
depois de terem sido inventados.
Em cada letra, a história contada, o sentimento expressado
do que se vive, ou apenas vê, mas sobretudo, sente.

(Texto e Foto: Andréa Zílio - RJ)

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Renovação!

Nesse pequeninar de tristeza descobri novos rumos,
experimentei mil sabores que dissolveram em minha boca
como palavras de muita poesia, em um cenário surreal.
Imaginar a realidade diante de tanta beleza é
uma overdose de felicidade.

O sangue pulsa mais forte em minhas veias,
energiza cada ponto deste corpo que abriga minha alma.
Só então percebo que às vezes é preciso ser como a garça,
que em muitos momentos se apóia em apenas uma perna para
não pesar o coração. E então, lança mais um de seus vôos, nobre e belo.

Me ergo em tua beleza, na tua energia e nessa sutileza de teus sonhos.
Me embriago em emoções que proporcionas,
exalando a plenitude do viver, que vai além...
muito além de uma mera existência, implicando em um Ser que faça jus a vida.

(Texto: Andréa Zílio / Foto: Sérgio Vale - RJ)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Dançar!

Ouça,
curva-te diante do som,
refaz o movimento com um novo traquejo
te envolves na melodia mais sutil.

Embalas tuas curvas,
sente a brisa te abraçar,
e assim... sem perceber,
conseguiste te entregar!
(Texto: Andréa Zilio / Foto: Olhares.com)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Olhar!

Olho para trás querendo ver-te recompor esse vermelho seda,
na busca insana da sedução que remonta teu brilho.
Soltas as palavras em uma expressão que me busca.
e meu desejo é saciado apenas com a tua verve artística,
na arte mais lúdica da vida. Outrora, na vida mais realista.

Quando encontro em teus olhos o brilho presente nos meus,
então deixo quieto teu corpo, para que te ouças,
renove teus movimentos que observam a gota do orvalho,
fica aí... o meu cenário.

(Texto: Andréa Zílio)

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Rachadura

Rasgando a cortina, a pronúncia de palavras cortantes
que dilaceram o peito, transfigura a alma.
Sem piedade, essa ingenuidade satirizada
é negra no cenário da dor.

O riso transformado na imcompreensão completa,
triturando lembranças e refazendo cenários sem cor.
Ferida aberta, incerteza, impureza,
ressaltadas no vaso cheio de rachaduras.

(Texto: Andréa Zílio / Foto: Vanessa França - em MG)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Cores e Tons

Na subjetividade um olhar revelado,
No diálogo histórias em comum
A mesma paixão pelas cores do mundo
Cumplicidade em sonhos individuais

O avassalador sentimento que recriou
Construiu formas e novos tons
Fez brotar sorrisos, lágrimas
Despedidas e reencontros

No compartilhar, o sentimento de
Almas livres que escalam sonhos impossíveis.
Na vida, o laço eterno de uma amizade
Cheia de sabor e amor


*Diversidade de cores em uma só árvore e "Miradouro da Lua", Angola, África
Vídeo Senzenina - http://www.youtube.com/watch?v=8NZdFPJ08-g

(Texto: Andréa Zílio/Fotos: Luiz Henrique)

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

História, saber, Ser...

Traços que desenham uma história
reconstituem um passado
reafirmam um presente,
renovam um futuro.

Cores que expressam sabor, dor, alegria,
contentamento, sentimento.
Formas que brincam de saber,
sem querer, sabem...

As lembranças em objetos,
o valor de gerações esquecidas
depositadas na esperança de quem valoriza a vida.

O requinte de histórias de rainhas, reis e plebeus
hoje enraizadas em formas arquitetônicas
apreciadas pelo olhar do povo de um novo tempo.

O minuto que sustenta a eternidade,
a lembrança que reproduz a emoção,
o doar que faz a viagem acontecer,
espalhando a história, o saber, o Ser.

*A bolsa/pasta , artesanato do especial povo da Guiné-Bissau
O caderno, réplica dos cadernos do rei e rainha de Savoia
O cartão do museu Palazzo Madana, Turim, Itália
(uma história cheia de saberes que viaja através dos amigos Mara e Carlos)

(Texto: Andréa Zílio / Foto: Sérgio Vale)